AS RIQUEZAS DO INTERIOR

Riquezas do Interior, o livro de estréia da escritora mineira Elenise Evaristo, abre caminhos no cenário literário brasileiro com a telúrica brejeirice de Minas Gerais. É em horinhas de descuido, como diria o também mineiro Guimarães Rosa, que Elenise capta momentos do cotidiano das cidades do interior e, com uma linguagem leve e acessível, convida o leitor a conhecer as riquezas de suas lembranças e de sua terra. Amalgamado ao seu estilo, Elenise utiliza seu repertório de leitora que vai de Drummond a Proust, passando por Machado de Assis e Rachel de Queiroz, para dar forma a sua escrita. Nas 27 crônicas que compõem o livro, a escritora traz à tona a imagem dos contadores de “causos”, a alegria das festas tradicionais, a inata religiosidade do povo de Minas, a singularidade da cultura popular das Gerais e reverencia personalidades marcantes e importantes por sua “mineirice”, como Fernando Sabino e Juscelino Kubitschek. Sob o olhar sensível e aguçado da autora, são resgatados valores humanos que, ao contrário do que se pensa, não ficaram perdidos no tempo, mas adormecidos no íntimo de cada um. Riquezas do Interior é um convite para que esses valores sejam despertados e para que possam ser postos em prática o quanto antes. Um mergulho no interior de cada indivíduo. Uma percepção das riquezas do ser humano. É o que Elenise Evaristo desafia seu leitor a fazer. * Texto escrito por Ana Carla Nunes e Beatriz Badim de Campos

A barca da esperança

Um dos contos que mais me apraz é o “Natal na Barca”, da majestosa escritora Lygia Fagundes Telles. Sei que o Natal já passou, mas é preciso ser Natal em nossos corações todos os dias; não o Natal dos presentes, da ceia, mas o da solidariedade, dos valores cristãos e sobretudo, humanos. O conto fala sobre esperança, num ambiente áspero, e é a esperança que desejo a todos neste ano que se inicia.


Pincelando o conto, relata sobre uma mulher que se encontrava numa barca, na época do Natal, não sabendo como foi parar lá, só que tudo ali era silêncio e treva.Com apenas quatro passageiros, a mulher se encontrava na presença de um velho bêbado, uma outra jovem com uma criança; mas a personagem narradora se sentia bem, naquela mudez mórbida.Até que a jovem mãe puxa conversa com nossa personagem principal, e em meio a perguntas começa o destrinchar da história. A jovenzinha estava ali, com o filho.

- Seu filho?

- É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que devia consultar um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas de repente piorou. Uma febre, só febre....- Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce. - Só sei que Deus não vai me abandonar.

Sofrera anteriormente a morte de seu filho primogênito, o marido a abandonara e ela estava altiva,e esperançosa, levando o filho febril ao médico. Com sensação incômoda, a narradora tenta focalizar o assunto para o outro filho da moça, doente, mas vivo. Mas a mãe ainda continua a conversa do outro filho que partira:

- tão bonzinho, tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado...Só a última mágica que fez foi perfeita., 'Vou voar`, disse abrindo os braços. E voou.

A mulher, ainda mais incomodada, preferia não ter começado aquela conversa, mas os tais sentimentos humanos...“Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços - os tais laços humanos - já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. Mas agora não tinha forças para rompê-los.”

A mulher conta depois como foi que o marido a abandonou, contando as sucessivas desgraças com toda calma do mundo:

- A senhora é conformada.

- Tenho fé. Deus nunca me abandonou.

— Deus — repeti vagamente.

— A senhora não acredita em Deus?

— Acredito — murmurei. E ao ouvir o som débil da minha afirmativa, sem saber por quê, perturbei-me. Agora entendia. Aí estava o segredo daquela segurança, daquela calma. Era a tal fé que removia montanhas...

Numa conversa anafórica, fala de novo sobre o filho primogênito que perdera.A narradora , fica sem saber o que dizer, como que refugiando-se naquele gesto, levanta o xale que cobria a criança, volta a cobri-la, porém, o menino estava morto.

A personagem sente covardemente acuada-como contar àquela mãe tão crente o que havia acontecido?- por sorte o local de desembarque estava próximo. Chegado o destino, ela não vê a hora de descer. Até que...

— Acordou o dorminhoco! E olha aí, deve estar agora sem nenhuma febre.

— Acordou?! Ela sorriu:

— Veja...

Paro o conto por aqui, ele tinha tudo para ter um desfecho infeliz, no entanto, a tal fé, a esperança, a crença da jovem em contraposição à vida de aparente tacanhez daquela mulher. A fé, a esperança neste conto fantástico, uma lição de vida.Um conto sobre o Natal, mas que pode servir para todos os dias...Feliz Ano Novo a todos, prevalecendo sempre “os tais sentimentos humanos”.

imagem:google

"Segue o teu destino...


Rega as tuas plantas;


Ama as tuas rosas.


O resto é a sombra


de árvores alheias"

F.Pessoa







Um dos meus escritores preferidos, sem dúvidas, é o engmático Fernando Pessoa. Fernando Antônio Nogueira Pessoa. O que existia por trás dos óculos, do bigode aparado,seu terno alinhado , que pessoa era aquela? Dono de uma inteligência inigualável, criou mais de 73 heterônimos. Os três mais em evidência são Alberto Caieiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.


Alberto Caeiro, mestre de todos heterônimos.Estudos dizem ser mestre do próprio idioleto de Fernando Pessoa, criou o livro o Guardador de Rebanhos, um dos mais famosos. O que importa é o mundo não-ser; para ele, todas as substâncias que existem no mundo são originais, autênticas. Álvaro de Campos nasceu em 1890 em Tavira e é engenheiro, se define como um poeta sonambólico, conforme escreveu no poema Opiário. Ricardo Reis, médico que não exercia a profissão, estudou com afinco o Helenismo, com exímia formação clássica.Nasceu no dia 28 de Janeiro de 1914.Escreveu verdadeiras odes horacianas .


Pessoa. Várias pessoas.Muito se tem ainda discutido sobre este grande intelectual, a gênese dos seus heterônimos , que de certa forma traduzem na realidade questões existenciais, dentro de uma unidade pluriversal , questões que acometiam a inteligência do poeta. Sua representação às vezes irônica refletia seus anseios e visão do mundo.Dentro de um círculo de poucos amigos, Fernando Pessoa se destacou como poeta, deixando-nos seu irrefutável legado.Mistificado por um suposto fingimento, na realidade, exprimia sua visão do mundo , fingindo que é dor, a dor que deveras sentia.

Imagens: Google

A origem do nome da cidade de Cambuquira é tido por alguns pesquisadores devido ao fato de antigamente haver muita aboboreira na cidade, sendo que os escravos vendiam os brotos na cidade de Campanha (dos brotos da aboboreira, chamados  de cambuquira,  surgem deliciosos guisados, prática da culinária mineira). Porém, a versão mais aceita é de que “Cambuquira” era o apelido de um senhor de escravos; relatos dizem que foi também este senhor que descobriu as águas minerais, que hoje fazem parte do Circuito das Águas .Por sinal, é possível encontrar o nome Cambuquira nos arquivos da igreja de Campanha. Sendo assim, o pequeno arraial das águas santas foi erigido em Distrito da Campanha pela Lei n° 1.884.

A água mineral gasosa da cidade, que já foi classificada em segundo lugar dentre todas as marcas, ainda atrai turistas, que vem em busca das “águas santas”. O parque convida a todos para uma suave tarde primaveril, com as fontes das águas oferecendo seus benéficos naturais a nativos e turistas.A cidade com suas igrejas , arquétipos típicos do interior, ora se torna também cenário de imaginação para os famosos “causos”.

Todos os relatos acimas e ainda mais detalhes, podem ser encontrados no excelente livro: Casos, Causos  & Acasos de Cambuquira, da professora Sueli Lindalva Fonseca de Vilhena, exímia professora de Literatura Portuguesa, com detalhes ricos da história local, misturado aos casos, lendas e tradições, dignas das cidadezinhas do interior. O lançamento aconteceu na noite de 14 de Novembro, no Espaço Cultural Sinhá Prado, na noite do último domingo. A querida mestre Sueli, com sua fidedigna simpatia junto à sua família, recebeu os convidados com um aconchegante coquetel, embalado por uma boa prosa mineira.

Parabéns, professora Sueli, por mais este sucesso, relatando histórias de um lugar que faz do imenso coração chamado Minas Gerais.


Trajetória de Sueli: Formada em Letras, fez pós-Graduação em Literatura na PUC de Belo Horizonte e mestrado em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora/MG.Professora de Língua e Literatura. Ministra Cursos de Capacitação em váris cidades.Atualmente é professora de Língua Portuguesa e literatura Brasileira, no Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado.Ocupa a cadeira n° 2 cujo patrono é Affonso Romano de Sant`Aana, na Academia Granberyense de Letras, Artes e Ciências de Juiz de Fora; além disso tive  aoportunidade de tê-la como professora no Curso de letras da Unincor.
Autora de vários livros infantis: Maruca Maluca, Enquanto o Sono não vem entre outros como Passageiros da Vida(Poesia).


Novamente, Parabéns!Mestre é aquele que fica na memória e no coração.



OS MEUS MORTOS

Sempre que vai chegando o dia 2 de Novembro, dia das Almas, começo a ficar reflexiva, fico pensando muito em meus mortos,questão que me faz sentir injustiçada, pois perdi entes queridos muito cedo.Primeiro, queria ter conhecido meus avós;o único que conheci foi meu avô paterno, José Evaristo, que faleceu quando eu tinha 5 anos, dele tenho algumas poucas lembranças, quando vinha da cidade de Conceição do Rio Verde, com um impecável terno marrom, para receber dignamente seu salário de aposentado, aqui na cidade de Três Corações. Era um velhinho com cara de bonzinho, que infelizmente partiu logo, me deixando algumas ínfimas reminiscências.

Meus pais perdi-os na adolescência, fato lamentável, perdas que não convém esmiuçar, só quem já passou por isto sabe como é triste, e confesso, custei para assimilar... Por que eu? Bom, o que importa, como digo, foi o exemplo de vida que foram, e fazer o que...? São coisas da vida... Neste ínterim, perdi muitos outros entes queridos, e por mais que a morte seja um processo que aconteça a todos, não adianta explicações, cada vida querida que parte é uma dor inenarrável, um vazio inexplicável.

Cada pessoa querida que sobe o morre(digo subir o morro, porque o cemitério principal da cidade, São João Batista, fica no alto da cidade) é uma perda da sua história que se vai, que ficam eternizados na memória, nas fotografias e no recôndito do coração, pasmem!

Hoje estou acometida de uma melancolia , normal neste dia .Daqui a pouco vou subir o morro para visitar meus mortos, levarei algumas flores, como é de costume.Aos “vivos”, aproveitem a vida o mais que puderem, e principalmente , não morram em vida.

Imagem:Pintura de Salvador Dali-Google

Carta e Amizade

Estou lendo um que trata cartas de Fernando Sabino e Clarice Lispector, intitulado Cartas perto do Coração. O livro trata de missivas entre os dois grandes escritores, onde trocavam idéias sobre a vida profissional e pessoal, em detalhes dignos de realmente serem publicados, tamanha riqueza e beleza.

Vale a pena ler, sobretudo para conhecer um pouquinho da vida desses grandes escritores. Deparamos com um lado bastante profundo no modo de pensar, como só Clarice sabia manifestar em sua plenitude. Ela, complexa como só, envolta em seus pensamentos, como relata em trecho a Fernando Sabino: Esperando também que você não ria das tolas e inúteis complicações de sua amiga. Por outro lado, Fernando Sabino, considerado como espirituoso, também fala de momentos de estranha solidão que acometia por vezes o autor.

Carta e Amizade. Palavras arcaicas no dia de hoje. Foi-se o tempo das longas missivas, trocadas atualmente por rápidas palavras no e-mail. Ah, é tão saboroso ler uma carta, carregar uma carta repleta de ternura. Em sua crônica: Elogio da Leveza, Affonso Romano de Sant´anna descreve como era adubada as raízes da amizade no tempo de outrora, onde existiam pessoas leves, o escritor fala, por exemplo,como era a cumplicidade de Vinicius de Moraes, e seu inseparável amigo, Antônio Maria, com passeios noturnos, , conversas em mesas de bares de onde depois saiam textos inéditos.Sem falar nos Quatro Cavaleiros do Apocalipse, Otto Lara Rezende, o próprio Fernando Sabino, Hélio Pelegrino e Paulo Mendes Campos, fraternos amigos e escritores mineiros, que mesmo estando longe se falavam pelas correspondências, puxando uma certa angústia, nos dizeres do eterno menino Sabino.

Cultivar amizade na atualidade pode se restringir para alguns em ínfimos comentários após reuniões, em conversas econômicas após o jantar de um casal amigo. Já diria o principezinho: tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativastes. Cativar leva tempo. Pena o Pequeno Príncipe pertencer a outro planeta, deveria ter ficado mais tempo na Terra, ensinando com suas sábias palavras.

Mas, entre falta de tempo e tudo, sei que existe uma minoria que ainda prefere a troca de correspondências, o saber dedicar-se à amizade; os que preferem a qualidade à quantidade, tornando a vida rica e significativa.




Imagens:http://www.webartigos.com/articles/5483/1/Clarice-Lispector-
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A suave primavera

Ela  já chegou, desde o dia 23 de Serembro, tímida e incandescente como ela só. A suave Primavera, Primavera das flores, das aves, do novo. Não escondo que minhas duas estações favoritas são o outono e a Primavera, se no outono época de “dormir”, de recolhimento, a Primavera nos acorda para as cores da vida. Os ipês já se mostram vestidos, o sol começa a mostrar sua sensualidade. Se no outono/inverno é silêncio, a primavera é o murmúrio que antecede o Verão.O próprio nome já contêm toda sua beleza, não é a toa, que se pergunta quantas primaveras a pessoa está fazendo- um novo renascimento.Na primavera, até um pardieiro se torna exuberante entre sob as luzes claras que a estação oferece.



A primavera pode também ocasionar algumas mudanças na maioria das regiões, com relação às chuvas, com as famosas “pancadinhas à tarde, cultivando a terra para o reflorescimento das flores, que esperam ansiosas pela visita dos delicados beija-flores, que em seu vôo, dão aquela paradinha suntuosa que só eles sabem fazer, , tocando afavelmente a alma das flores. Quanto às chuvas, procure experimentar tomar uma destas pancadinhas, voltando aos tempos pueris, faz um bem danado à alma.

Ah, Primavera, saúdo-lhe com as majestosas palavras de Cecília Meireles:" Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação(...)Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera."


Viva Nossa Senhora!

Semana do saco cheio, em Outubro de 1.999, fui para Porto Seguro, a Bahia para variar, inteira em festa, o relógio progressivo em comemoração aos 500 anos do Brasil era o ponto turístico mais visitado naquela cidade. Lembro-me da velha máquina fotográfica YASHICA, que não conseguiu capturar o relógio por inteiro, era muito alto, e o ângulo ficou na metade.


Dia 12 de Outubro, a noite anterior fora boa, a passarela do Álcool com seus famosos acarajés e capetas, fazia a festa dos turistas.

Tempero Especial

Ontem minha sobrinha pediu estava vendo um filminho e pediu para que eu fizesse pipoca para ela. Sofia gosta que somente eu faça a pipoca, pois não deixo ficar os piruás. Além disso, crio uma brincadeira para com ela, digo que faço um pó mágico para temperar as saltitantes pipocas. A danadinha quer que quer saber o que uso, mas não digo. Na verdade, são estes temperos em pó, faço uma verdadeira mistureba. Apesar de toda química encontrada nestes condimentos, uma vez ou outra abuso, esbaldando na tigela da saborosa pipoca. Sempre quando posso me junta à Sofia, nos divertindo com seus filminhos e desenhos , sem deixar de lado , óbvio, nossa sagrada pipoquinha.

A primeira notícia que se tem de Três Corações datam de 1.760, qundo o alferes Tomé Martins , um grande fazendeiro à margem do rio, fez uma capela em homenagem a Jesus, Maria e José.Mas vou citar o que sei de Jacira, Jussara e Moema, as três irmãs deixadas pelos boiadeiros.
Dizem que três boiadeiros do torrão de Goiás, na época ainda de muito ouro nas margens de seus rios, e rico também em criação de gado, vinham pra estes lados em comitiva.Eram muito amigos e de grande confiança do patrão, e lideravam o pessoal. Pernoitavam por essa terrinha das Gerais sob à luz das estrelas,contando suas façanhas que consideravam homéricas.

O TREM

Um dos sons produzidos “artificialmente” que mais me comove é o barulho do trem,realmente, sopita meu coração, assim como o badalar dos sinos nas cidadezinhas do interior.O barulho do trem, tão bem declamado no poema de Manuel Bandeira “ Trem de Ferro”, que, se lido em forma de jogral, faz uma perfeita imitação sonora do barulho do trem, ao ritmo do café com pão, café com pão....Ah! Quem não se alegra ao ouvir os versos escuto o trem a cantar na belíssima composição Toada do grupo Boca Livre?Sem falar do quixotesco Viramundo, o Grande Mentecapto,que, após uma aposta, fez parar o trem que nunca parava em sua cidade, tornando-se um herói, sutileza do bom mineiro. O trem... presente em nossa história, em nossa Literatura.




Depois de um dia estressante, encontro com o velho trem de carga(infelizmente, não  peguei o trem de passageiros aqui em Três Corações( hoje só existem os de carga)cruzando a faixa dos encolarizados motoristas. Eu, ao contrário, paro e tranquila, ouço seu som prosador que remete à infância. “Evém” o trem, máquina produzida pelos homens, hercúleo, constratando com a beleza natural dos ipês amarelos a enfeitar seu caminho.Recordo-me que adorava ir passear perto da antiga Maria Fumaça que existe na estação de Três Corações, infelizmente ali parada, chorando por seus dias gloriosos.




O barulho me lembra chaminé, mato, nascentes límpidas que vi pelos caminhos das passagens entre a cidade de Lavras e a bucólica Minduri; toda entusiasmada, foi a primeira vez que andei de trem, ainda criança.Infelizmente, os trens para passageiros estão se estancando, e pelo jeito, não demora muito, os de carga também nos deixarão a ver navios,deixando somente uma melancólica saudade.


Num texto de Benefredo de Souza, grande pesquisador e escritor tricordiano, comenta sobre o tempo áureo das ferrovias, onde cito em uma parte : “ O que está sendo necessário é arranjar-se um meio de concentrar todos os negócios do Rio Verde. Seria Possível isso? Basta que o imperador queira. Ele, sua corte e sua capital precisavam tanto de nossos bois....Poderia até nos dar estrada de ferro para levar a sua carne , não é? E deu mesmo a MINAS & RIO, aqui chegada e recebida festivamente, com tiros e rojões neste junho de 1884...” Benefredo escreveu isto anos mais tarde, mal sabia ele que os trens já não percorreriam tanto as ferrovias.


O fim de grande parte da ferrovia nacional se destacou ainda mais com a liquidação da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima RFFSA– triste fato.Efeito da modernização. Bom, mas enquanto temos aqui em Minas a velha Maria Fumaça que liga São João Del Rei a Tiradentes, que espero que nunca cesse, batendo sempre os sinos da esperança.


O barulho do trem, que sobre suas pesadas rodas, pode nos remeter à terra dos sonhos, da inocência, sentimento que as mais belas palavras não conseguem traduzir.

A oralidade no Sete Orelhas


Estudei com afinco os contos de fadas, e ali se vê o valor da oralidade, do repassar às gerações. Cada história pode ser readaptada, mas o mote nunca perde sua origem. As falações das velhas senhoras no século XVII nos salões franceses da era vitoriana, que ao redor das rocas onde a linha ia fiando e a língua afinando, os contos eram ali contados ao modo senil , porém de forma escarniosa pelas matraqueiras, que distorciam a história.

Usei o pequeno comentário para falar sobre a importância da oralidade, já que me caiu em mãos um texto que não tem nada a ver com finais dos contos felizes na atualidade(no inicio eram tratados com tristes finais, depois escarnecidos pelas senhoras, mas isto também deixo para contar detalhadamente em outro instante).

O fato é que me chegou em mãos um texto escrito de forma escorreita , sobre o famoso Januário Garcia, o Sete Orelhas. A história de um homem vingativo, que já ganhou repercussão nacional. Fato real que teve inicio no caminho de nossa cidade vizinha, São Bento Abade, pelos meados de 1760 .A história, contada e recontada é mais ou menos assim: várias mortes causadas por desentendimentos de duas famílias de fazendeiros, os Garcia e os Silvas.O fato é que a família dos Silva entra em petição judicial contra os Garcia, e não satisfeitos com o resultado, armam uma vingança contra a referida família Garcia, esfolando um filho do patriarca. Cruelmente o amarram em uma figueira e tiraram sua pele por inteiro.

Então, Januário Garcia, irmão da vítima, faz uma trilha incansável atrás dos assassinos, que são sete, e vai pegando uma orelha de cada um. Dizem que levou anos para encontrar todos os sete, mas cumpriu sua vingança, chegando a fazer um colar das orelhas dos réus, que arrancava e colocava dentro de um bornal.. Esta é a versão mais próxima dos fatos, escrita por um magnífico pesquisador e escritor tricordiano Benefredo de Souza.

Alguns relatam que Januário quase perdoou o último a ser executado, tendo este lhe oferecido pouso a um Januário já fatigado pela busca, que por ironia, depara com a casa da vítima, e sem saber que este era a sua procura, agradecido pela recepção e pelo pouso, descobre fatidicamente que o generoso anfitrião era a vítima final.Porém, dá a ele a chance de andar cem passos, se o tiro não acertasse, ele estaria livre, mas Januário acertou em cheio.Quanto à figueira, relatam ainda estar na fazenda Tira Couro( nem preciso dizer o motivo do nome).

Pois é, hoje me caiu em mãos, algumas folhas, recontando esta história; infelizmente, o texto, romanceado, não veio identificado o autor ou autora, que coloca o Sete Orelhas na cidade paulista de Taubaté, com passagem por Sorocaba e estrada real mineira, um texto de escrita perfeita , numa linguagem extremamente culta.

O fato é trágico, mas serve para expressar a importância da oralidade, que depois, escrita pela Literatura, tem o poder de transportar os personagens, sem perder de rumo o foco, fazendo com que Sete Orelhas percorresse o Brasil.



Dizem que Agosto é o mês do “cachorro louco”. Sei de uma definição científica não muito esclarecedora sobre o fato, de que neste mês há uma maior quantidade de cadelas no cio, devido às mudanças climáticas, ocasionando muita promiscuidade entre a matilha, e maior contágio de raiva já que é neste período que contraem a doença. Verdade? Não sei, nunca preocupei em saber. O fato é que o mês, outrora denominado Sextil, foi renomeado Agosto, em homenagem ao digníssimo imperador César Augusto e causa medo em muita gente.



Mês do Desgosto - li que na Argentina, as pessoas mais antigas tem o hábito de não lavar os cabelos, acreditando que isso pode chamar a morte, que fúnebre!!! Sem falar que, na Polônia , os habitantes foram derrotados na Revolta de Varsóvia pelos russos neste mês, fato historicamente triste, quando as pessoas vão aprender a conviver sem guerras?Nossos descobridores portugueses, na época das grandes navegações, que podiam durar anos, as mulheres nunca ousavam se casar nestes tenebrosos dias de Agosto, já que os homens saiam para as expedições neste período e muitas corriam o risco de ficarem viúvas. Partindo para o surrealismo, as assombrações devem fazer a festa neste mês, afinal o vento é propício para bater portas e abrir porteiras, causando medo e aguçando a imaginação.



Sincronicamente, leio no jornal uma matéria de que é o mês de Desgosto também na Itália, devido ao “Ferragosto”, férias de agosto que fecham todas as lojas escritórios e casas do país, os turistas estrangeiros acabam se ausentando, o que causa crise no turismo,ô azar...



Entre superstições e coincidências, o fato é que amo o mês citado, vejo sempre o lado positivo: é comemorado o mês do fim da censura no Brasil, adeus ao deporto, um viva as pedras do caminho dos militares. Hoje, embora muitos repórteres ainda sejam perseguidos, por denunciarem atos ilícitos (lembremos o caso de Tim Lopes), devemos levar em conta que sim, valeu o canto “das Sabiás”, o recado foi bem dado.Nosso vernáculo cultural reconhecido.

Ah, o folclore, quem nunca se sentiu atraído, quando, ainda crianças, deparamos com a palavra do arqueólogo William John Thoms (folklore)? Ah, eu pelo menos me apaixonei pelo som e significado.Quem nunca se encantou com o Saci- Pererê, O negrinho sapeca, mas que também assusta as pessoas que prejudicam a floresta, lembro que meu Saci preferido era o do Sítio do Pica Pau Amarelo;sem falar do Curupira, com os pés voltados para trás, confundindo os caçadores, o Boto cor de Rosa, que se transforma num lindo homem, seres encantados que enfeitam nossa cultura.



Não posso deixar de falar sobre o Dia dos Pais . Tudo começou quando um ex-combatente de guerra, William Jackson Smart, perdeu sua esposa, tendo que criar seus seis filhos sozinhos. Mais tarde, sua filha Sonora Smart resolveu homenageá-lo no ano de 1.909, a data escolhida foi 19 de Junho,nos Estados Unidos, aniversário de seu pai, mas depois sofreu variações pelo mundo.Registros apontam que um jovem chamado Elmesu moldou em argila o primeiro cartão, na antiga Babilônia,desejando felicidades ao seu pai. No Brasil é comemorado no segundo domingo de Agosto. Aproveito para homenagear o meu , que foi um exemplo de dignidade.



Sei que a primavera só acontece em Setembro, mas não posso deixar de comtemplar os ipês amarelos na rua de cima de minha casa. Segundo o escritor, psicanalista e jardineiro Rubem Alves, o s ipês começam a florir no final de julho, sei que neste mês estão ainda lá, reluzentes. Sentir o ventinho do fim da tarde( o mesmo vento que muitos detestam, mas que pra mim, é como penetrar num poema) , vendo o sol tênue indo embora, é um verdadeiro estado de êxtase, sem exagero de palavras.

Sem falar que é aniversário das minhas irmãs gêmeas: Tida e Inês,de meu irmão Evandro, parabéns a eles.Mês de Agosto, adoro, sobretudo, também, porque no dia 31 de Agosto de 1.979, às 22h e 55 min, sob a constelação de Virgo, nascia esta quem vos escreve.Feliz Agosto pra todos

 

As Minas recontada

Diz-se que nossa tradicional família mineira tem um pé na senzala, outro na sacristia e tataravô índia caçada a laço.( do livro: As Minas Setecentistas)



Passei um final de semana em meio ao vento delicioso da cidade de São Thomé das Letras. No caminho, roças com o inconfundível cheiro das chaminés, porteiras rangedoras que contam histórias do passado.Paisagem digna da escrita de Fernando pessoa na pele de Álvaro de Campos.A cidade continua ali, com os turistas em busca de descanso encontrado entre as pedras.O pôr - do –sol, cada vez único que faz refletir até os mais apressados. O conjunto me faz pensar sobre a beleza de Minas.

Minas Gerais, talvez um antigo clichê, mas tão renovador em meu coração. Uma região abençoada pelo clima, pela posição geográfica,afinal temos divisa com os mais importantes estados, como Goiás, Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Palco de sangrias de algumas tribos indígenas, incluindo os antropófagos cataguases, nosso sangue tem uma verdadeira mistura étnica de portugueses, africanos e mamelucos, berço de nossa civilização.

Um povo que sob o manto do catolicismo, em contraposição ao medo do sobrenatural, mesmo assim, não abre mão de levar o pequeno filho à benzedeira, para livrá-lo de vento virado. O uai dos mineiros marca registrada, trazida desde os tempos dos maçons da Inconfidência, senha secreta para suas reuniões, hoje o uai se popularizou , desconfie do mineiro que não fale uai...


Minas e Bahia são folclóricas, diz o jornalista e cronista carioca Arnaldo Jabor, revelando uma pontinha de inveja bem-humorada por não ter nascido num destes dois estados tão pluriversais e tão raízes em suas singularidades.Drummond já dizia que tinha pena do mar, por ele não banhar Minas, afinal, qual o encanto desta terrinha tão cantada e recontada por seus filhos?


Nosso afável povo, através da máscara da desconfiança, jamais deixa uma pessoa na mão, somos solidários.Sobre a máscara da desconfiança, somos muito sensíveis. Se um mineiro desviar o olhar do seu, não é por medo, ta procurando tempo de pensar na melhor resposta para lhe dar,sempre cauteloso. Mas não magoe um conterrâneo, sob a ameaça de nunca mais conquistar sua confiança. Certamente te perdoará, mas jamais entrará de novo na porta de seu coração.Nunca saia da casa de um mineiro sem tomar ao menos um cafezinho coado na hora, é ofensa grande.Mesmo nas casas mais simples, sempre terá um pacotinho de biscoito para oferecer.

Os encantos naturais são muitos, abençoados pelas cachoeiras, serras, estradas de terra, rios como o grande São Francisco, que atinge também a região Nordeste. As lendas, os causos, o sobrenatural, que contado pelos mais velhos mexem com a imaginação dos mais incrédulos.Os casarões antigos paralelos com construções modernas, frisam bem a história das Gerais. História dos tropeiros, de escravos, de trens, de Alejaidinho, fazendo de Minas um saudoso e vivo estado de ser.No lema da cidade de São Tomé, e pegando a história do santo Tomé, é ver para crer!

O efeito do enxergar

Estava no meu quarto, lendo um livro. Paro, começo a pensar na vida...Tomada por instantes de devaneios, que acredito, todos escritores  devem ter, começo a observar em minha volta. Olho para um ponto fixo do guarda-roupa, levanto, caminho para a cozinha para tomar um copo de água, noto que à medida que vou me aproximando do guarda-roupa, o que observava antes do quarto, de longe, vai ficando maior, e mesmo ficando para trás, à medida que me aproximo, o loco se torna maior, e e o resto vai ficando para trás. Física pura e não cabe a mim descrever os parâmetros do ângulo.E todo mundo sabe que cada vez mais que vai se aproximando do objeto, logicamente ele ficará maior. Estou louca? Não. Aproveitei este meu instante de observação para escrever sobre o ato de enxergar. Ver e enxergar , embora sinônimos, podem ser atos diferentes.

O Principezinho já disse que o essencial é invisível aos olhos. Pena o pequeno ter ficado tão pouco tempo em nosso planeta, quem sabe com suas lições o mundo seria melhor. Existem aqueles que enxergam, mas não querem ver, preferem viver em seu mundo e aceitar as condições que lhe são proporcionadas, ficando na eterna mesmice. Outros enxergam demais, buscando chifre em cabeça de cavalo, como se dia ainda no interior de Minas. Alguns, acho que me encaixo nestes, analisam os fatos por vários ângulos, talvez em meu solene caso, efeito do duplo sentido das aulas de Língua Portuguesa.

José Saramago, em seu belíssimo Ensaio sobre a Cegueira, nos faz lembrar da “responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam".Saramago enxergava com a alma, nos proporcionando momentos de leitura majestosamente retórica com suas audaciosas vígulas. Sua visão era ampliada a todos que quissessem penetrar em seu modo de pensar.O filósofo e poeta Bachelard enxergava na chama da vela o reduto da familiaridade.Um camponês enxerga a felicidade após um dia de colheita, voltando para seu tegúrio e saboreando uma fulmegante sopa no jantar.Políticos corruptos indubitavelmente enxergam só o próprio umbigo , impedindo a visão dos menos favorecidos.

Mozart nos faz querer enxergar com sua música o intocável horizonte, ultrapassando os limites do céu-mar.Van Gogh nos faz enxergar a rica singeleza dos seus quadros, transpondo-nos emoções. A natureza exuberante nos convida a enxergar a primorosidade flores. Já viram algo mais lindo que os ipês carregadinhos verdadeiros tapetes suspensos, ou a rústica apresentação da tímida orquídea?Muitos já viram, mas não enxergaram.

Se alguns, mesmo com todo os problemas,consegue ultrapassar seus limites, fazendo do momento uma eterna dádiva, outros  só enxergam as nuvens escuras da efêmera vida...Afinal, realmente, exergar é para raros.Não deixemos que a cegueira nos atinja.



TRAIÇÃO


Confesso que de vez em quando gosto de assistir novelas, novelas das 8 horas, como se diz, ou melhor, das 9 horas da noite, já que nunca começa no horário certo.Desde , porém, que tenha uma boa trama. Uma personagem que vem chamando a atenção do público é Stela, papel de Maitê Proença na novela Passione. Com um marido ambicioso e rude, a moça distrai sua frustração com rapazes mais novos, pensando assim preencher sua lacuna amorosa...Mera ilusão!

Traição, tema atemporal... estes dias li uma reportagem sobre o famoso Grupo de Blomsburry, círculo tido como polêmico ainda na atualidade. O título não poderia ser melhor: “Cultos , Liberados, infelizes”( folha de São Paulo) . A matéria fala sobre a divulgação de páginas de correspondências e álbuns de fotos pertencentes a duas mulheres integrantes do grupo,uma delas, Francês Partridge ,a que mais teve vida longa, chegando aos 103 anos.O grupo formado por intelectuais talentosos ,incluindo Virginia Woolf, O poeta T.S. Elliot, o crítico de arte Clive Bell, Dora Carrington(pintora), Litton Strachey, também escritor entre outros possuía alguns membros tidos como libertnos, “que viviam em quadrados, mas amavam em triângulos”. Subversiva as história de alguns, que casados,amavam outros. Cito um trecho para definir melhor como eram suas relações: “ Ao mesmo tempo em que tinha um caso com um dos amigos de Ralph, Carrington estava perdidamente apaixonada por Strachey. Mas este que era gay, amava Ralph Partridge”, que confusão! A própria Virginia Woolf, se sentia atraída por mulheres, sendo casada com Leonard Woolf. Com uma rica obra modernista, acometida por séries crises nervosas constantemente, sua vida terminou em tragédia.
Traição, sinônimo de infidelidade. Várias são as histórias que envolvem o tema. O pobre Dom Casmurro com certeza teve noites insones sobre a suposta traição da mulher, e o pior, com seu próprio amigo, dor ainda mais lancinante. Certamente tornou o coitado ainda mais taciturno. Ema Bovary, personagem de Flaubert,vivendo uma relação por assim dizer,infeliz, aspirava por uma outra vida, mais emotiva, assim como os romances que lia. Traia o marido em busca da felicidade, e teve também um final dramático.

Indago que fatores levam uma pessoa ao ato da traição.Afinal, se cansou do ente outrora amado, porque não se separar? O diálogo antes de tudo pode resolver uma situação, mas escasso os meios de reconciliação não tendo como levar adiante mesmo, o mais certo é se separararem , mesmo que causando dores em um dos cônjuge,impedindo assim de viverem uma vida malograda.Existem aqueles sim, que em pleno século XXI ainda não se separam por conveniência.

Existe ainda uma traição pior do que a física, a traição por pensamento, onde um do casal se apaixona platonicamente por outrem, e acaba ferindo seu par,transferindo  as mazelas pelo amor não correspondido. O cúmulo da falta de respeito.

Hoje, com tantas redes sociais, não é preciso ir longe para arrumar alguém. Do outro lado da tela sempre há alguém disposto a curar as feridas, ou melhor, a ilusão de que a ferida será curada, ledo engano. Afinal, trair é tão mais fácil, combina com a modernidade. Dedicar a um parceiro já é tão difícil, o que dirá dois, três...

Não sei qual será o final da personagem Stela, tomara que fique com um bonitão que seja apaixonado por ela. Na realidade, sabemos que nem sempre é assim. Existem tantos caminhos ...Mas nada que se compare à brisa suave de um porto seguro.

* imagem coração :simonibarbosa.wordpress.com/.../coracao-partido/

Arraiá do Nhô Neto






Foi com imensa satisfação que assisti mais uma vez a festa, desta vez julina, mas com todos os caracteres da festa junina, da Escola Estadual Jorge Avellar Neto. Sempre que volto ao local, tenho boas lembranças dos meus tempos pueris.
A tarde de inverno com o suave sol criou um clima de aconchego. O verde da mata ao fundo tornou a paisagem ainda mais bonita com a cor verde do Brasil, que perdeu a Copa, mas não perde suas raízes, como as tradicionais quadrilhas e festas do interior. O
arraiá do Nhô Neto aconteceu nas ruas próximas à escola, com direito a barraquinhas com deliciosos quitutes e bebidas típicas, tudo muito bem caprichado. A equipe da escola estava toda presente, atendendo a todos com atenção e organização.
A primeira apresentação foi da quadrilha maluca, com os alunos maiores, descontração na dança. Com o breve intervalo, deu pra aproveitar ainda mais os pastéis, que confesso, não resisto. Depois foi a vez da dança country, um show nos pés! Logo em seguida foi a vez dos pequenininhos, fragmentos de doçura. Por último, a eleição do rei e rainha da pipoca, com uma belíssima coroa ornamentada com pipocas e brindes para os ganhadores.

Foi uma tarde de fulgor, que certamente ficará na minha memória afetiva. Recordo dos meus dias ali, como estudante... Depois, momentos de minha sobrinha, Sofia, que também estuda lá há cinco anos, e no final deste ano deixará, certamente, com grandes saudades, a escola, concluindo os primeiros anos do Ensino Fundamental. Um ínfimo e grandioso ciclo de sua vida. Parabéns mais uma vez à diretora Lucidalva Pinheiro e a todos profissionais da Escola, que não cessam de levar adiante a educação, proporcionando sempre momentos de diversão e ternura, como esta bela festa aos alunos que, um dia, assim como eu, recordarão com carinho.

MUDARAM AS ESTAÇÕES


Estamos nos primeiros dias de Julho, o outono foi-se deixando nos com ares de saudade das suas tardes avermelhadas. Fez muito frio no Outono, teve dias em que tive que dormir com 4 cobertas, duas meias, duas calças, friorenta que só eu sei ser, apesar de amar o frio, devo enfrentá-lo prevenida. Pois bem, como disse, estamos em Julho, estou aqui diante do computador, sem minhas habituais meias, uma blusa de frio, bem levinha.

Fico pensando, mudaram as estações climáticas, está bem mais quente... Agora que era para fazer frio, não está tanto assim. As estações estão misturadas, o que antes eram tão bem definidas, provalvemente consequencia da destruição da camada de ozônio e da degradação da natureza.Com o exagerado calor, vem as mazelas... Recordo-me que quando criança, no período doa primavera / verão, apareciam as delicadas aleluias, aqueles cupins com asas(pensava que fossem algum tipo de formiga aladas), mas fazíamos a festa com as aleluinhas, brincando com as bichinhas, colocando nas roupas, com a preocupação de não quebrar suas asinhas, verdadeira alegria.Agora, o que mais aparece nas estações quentes é o impertinente pernilongo, a zunir durante vários meses em busca de sangue humano, cada vez mais ferozes.
Não reclamo da época quente, afinal, mesmo preferindo o sonolento frio, gosto de qualquer estação. Só quero dizer que as estações climáticas estão mudadas...
Não posso esquecer de dizer que temos as estações da vida, estas, imutáveis, a época de infância , a época madura, que nos firmamos como adultos e a derradeira velhice. Criança, vida, novo, aprendizagem. Adultos, preparação, luta, glórias, derrotas. Velhice, descanso, paz ou inferno para alguns que não souberam aproveitar, cuidar da vida, ou que por uma ironia do destino, foram privados de viverem dignamente.
Comecei a falar de clima, depois fui para as etapas da vida, mas propositalmente quis fazer um paralelo. Se as estações climáticas alteraram, as estações da vida são fatídicas. É preciso saber passar pelas intempéries das estações vitais. Diz Drummond que há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons. Os bombons da infância já foram saboreados, alguns ainda sentem o gostinho. Mas que preparemos nossa vida, para que possamos conscientes poder saborear os bombons da velhice.

O meio ambiente vem sendo cada vez mais ameaçado pela degradação que o ser humano produz, diante destas situações, seria tão fácil evitar com pequenos atos, como jogar aquele ínfimo saco plástico dentro da lata de lixo, evitando assim grandes de grandes catástrofes, mas não nos importamos com isto. Eu fico indignada com minha cidade, pois em algumas ruas não encontro lixeiras, dai tenho de jogar papeis dentro de minha bolsa, para chegar em casa e só assim, poder jogá-los fora, isto sem falar naquele palitinho de picolé, que tenho de carregar nas mãos até dar sorte de encontrar pelo menos um saco plástico com lixo residencial , depositando o palito ali, já seco de tanto segurá-lo. Outra coisa que me revolta, são aquelas lixeiras feitas como se fossem gradinhas, você joga o lixo ali, e se ele for pequeno, escorre pelas grandes, que falta de serviço e gasto de dinheiro à toa!

Sabemos que o mundo vive a desenfreada busca pelo dinheiro, produzindo cada vez mais fábricas poluentes,onde, empresários na ânsia de ganhar dinheiro, não se preocupa em poupar o meio ambiente, não importando com o futuro de seus filhos e netos, despejando seus resíduos químicos em rios já semi-mortos pela poluição.O desmatamento, que casa um grande desequilíbrio no ecossistema, tudo isto não interessa aos fazendeiros e outros produtores, que vão cada vez mais ferindo mata adentro. Aluvião acontece a todo instante, reflexo da ação do homem. Inúmeras são as manifestações da revolta da natureza.
Movimentos como o Greenpeace, tentam fazer sua parte, mas ainda falta muita conscientização.A mítica Mãe terra, Gaya, sofre por seus filhos, vendo que estão causando sua própria destruição. Ainda me lembro que, quando criança, havia uma mina perto de casa, a água límpida escorria pelos dedos, como era refrescante, saborosa, gostinho de brincadeira. Hoje, a mina ainda existe, só que desativada para beber de sua água.A degradação acontece por todo canto, um exemplo são as manchas que levam tempo para deteriorarem no oceano, oriundas de colossais petroleiros , matando assim a vida dos fundos dos mares.
O comentado filme 2012 impressiona pelas cenas ,mostrando bem os fenômenos catastróficos que aconteceriam no citado ano.Ficção à parte, façamos nossa parte enquanto é tempo, porque depois não adiantará nada construirmos barcos gigantes no Himalaia como no filme do cenário apocalíptico 2012, ou de fazer a grande barca como o bíblico Noé, que afinal, levou só os animais...

O despertar da flor de maio


Uma das primeiras crônicas que tive acesso foi a de Rubem Braga, intitulada Flor de Maio.Aquele poema em forma de crônica, despertou em mim as mais puras emoções. Com uma visão sensível e docemente refinada , como só os cronistas sabem temperar os fatos do cotidiano, o texto relata sobre a notícia de um jornal sobre o nascimento da chamada flor de maio, ou flor de seda, no Jardim Botânico, em meios a tantas outras notícias . O autor fica contaminado pela notícia, e faz a crônica, dizendo ficar feliz se alguém, através da leitura de sua crônica, puder ir visitar a flor de maio , deixando de lado, alguns afazeres.-“ Ir só, no fim da tarde, ver a flor de maio, aproveitar a única notícia boa de um dia inteiro de jornal, fazer a coisa mais bela e emocionante de um dia inteiro da cidade imensa(...)”.

A crônica nunca saiu de minha memória afetiva ...A flor de Maio, que floresce só no outono.Dependurada na pontinha do caule meio pontiagudo e verdinho, é de grande beleza, muito apreciada pelos beija-flores. Tornou-se uma das minhas flores preferidas( talvez pela reverência que a crônica de Rubem Braga me causou) em paralelo com a orquídea.
Peço licença então, para falar da minha flor de maio. Pois há algum tempo comecei a conhecer as espécies das flores, e soube que aqui em casa tinha a flor de maio, e foi amor à primeira vista. Temos três vasos com espécies da referida flor, dois no quintal, na cor branca e um no alpendre , na cor rosa (palavra arcaica e interiorana, mas que já me acostumei, assim como tantas outras). E foi justamente neste vasinho do alpendre que a primeira flor de maio brotou, tímida e onipotente, a esperar por suas irmãs. O vaso fica misturado aos xaxins, de pequenas flores e outras folhagens, e hoje passando vi aquele ponto meio rosado, puxei a planta e lá estava a danadinha, que deve ter aproximadamente uns três dias de vida na minha concepção. Um descuido não tê-la visto antes, devaneios do dia-a-dia.Espero que a crônica do mestre tenha levado bastante gente ao Jardim Botânico,na época em que foi escrita: enamorados, velhinhos, zangados, depressivos, poetas, artistas e outros , assim como conseguiu me surpreender com seu jeito de escrever, conquistando uma verdadeira admiradora da outonal flor de maio, sabendo que posso achá-la em qualquer circunstância do jardim da vida.

Parabéns, querida Sofia

O dia em que fui ver pela primeira vez Sofia após seu nascimento, ainda no hospital, deparei com uma menininha com poucos cabelos, ralos e pretos, os olhinhos meio puxadinhos, cor de jabuticaba, espertos como ela só. A face rosada, como todo bebê, e expressão de brava, tipo “não mexa comigo”; brava não era, era um doce, que sabia chorar na hora em que precisava, fazendo valer seus direitos pueris.
Hoje completa neste 13 de Maio de 2010, 10 anos, e você Sofia, está ai, alegre a brincar com seu inseparável cãozinho Toquinho, bagunceiros como só, bagunceiros não, felizes. Esguia e linda, estudiosa, prestes a ir para a 5 série, carinhosa e esperta.
Sofia significa: a sábia, sabedoria... ainda me lembro de seus perguntas, ainda por volta de 3, 4 anos, perguntas inteligíveis; e ela não mede esforços não, é líder nas brincadeiras, apazigua os ânimos dos coleguinhas,para ela a vida é uma festa, sempre envolta com suas canções.Foi a primogênita dos priminhos, em minha família,que numa época de perdas, veio como uma verdadeiro presente em nossas vidas.






Com suas historinhas da Turma da Mônica, sabe puxar as brincadeiras, não é raro eu estar sentada, lendo e Sofia começar com seu incansável “E ai...” e ai lá vem história, com quem tiver por perto, uma imaginação incrível, que perdoa seu único defeito de querer um lanchinho “nas mãos”, pachorramente sentadinha no sofá, assistindo ao Sítio do Pica Pau Amarelo. Brincadeira, afinal, é bem comportada, e merece este pequeno sacrifício.Espero que cresça com todos bons sentimentos no coração, e que jamais deixe este seu lado espirituoso de lado, característica que torna você tão especial.
São tantas histórias, não é, mocinha? Você, quando criança, se assustando com o chafariz barroco com cara de belzebu na cidade de Sabará, abriu o maior berreiro, não me esqueço jamais... O nosso segredinho da estrela cadente... Você ainda pequenininha, acompanhando as “Pastorinhas” junto com as crianças maiores. Aquele pardalzinho que pegou para cuidar , com a perninha machucada, o coitadinho não resistiu uma noite sequer, e você contou o fato para todos que quisessem ouvir, com os olhinhos (hoje amendoados, mais claros, assim como seus cabelos) rasos d´água. São histórias que esta tia coruja aqui não esquece, e escrevi este pequeno texto informal, e em singelas palavras dizer o quanto você é importante. Desejo, neste dia tão especial, que é seu aniversário, que Deus a abençoe sempre e que a estrela, nossa estrela cadente sempre guie seus passos no céu da vida. Parabéns, Sofia.

Em minha casa tinha uma maritaca coquinho (com a cabecinha amarela), mas a ave não falava nada, só emitia gritinhos chatos, mas enfim, tínhamos um amor danada por aquela ave, chamada Lolinho, só não sabia se era macho ou fêmea, deixo isso, porém, para os biólogos. Herdamos este amor por maritacas com meu pai, e sempre deixávamo-las soltas pelo quintal (mineiro ainda fala terreiro),quando cansavam do puleiro. Lembro-me de Lia, uma maritaca grande e falante, que acompanhou minha família por 15 anos, e sempre via seus amiguinhos partirem primeiro para o além. Depois de Lili, que carinhosamente a chamávamos, ainda chegamos a arrumar outra maritaca, já adulta, mas mal permaneceu em nossa casa por dois dias, a doadora veio buscar, o filhinho tava sentindo falta da avezinha. Depois disso, não arrumamos mais maritaca.
Mas vamos ao Lolinho. Um dia de Setembro de 1.997, fui fazer compras com minha mãe. Voltamos para casa. Lolinho havia sumido, abruptamente, fugiu de casa. Ah, chorei por causa do danadinho, pensando onde estaria, que sofreria, que podia morrer de frio, estas coisas tolas, sem pensar que os animais sabem se virar melhor que os “humanos”. Mas foi um momento triste para mim. Pois bem, minha mãe neste dia estava incógnita desde a manhã, como nunca vi. E logo que viu minha tristeza, começou a falar ponderadamente sobre liberdade, que Lolinho estava bem, que aves gostam de liberdade, ela sempre calada, estava diferente, naquele discurso. Lembro-me direitinho de algumas de suas palavras, que não saem de minha memória afetiva: “Ele agora está feliz, não está mais preso, era melhor do que ficar aqui... Se pessoas gostam de liberdade, imagine os animais”.
Subitamente, me conformei. Minha mãe assim, tão inquestionável e firme em seu discurso, aceitei o sumiço da ave. Dois dias se passaram, minha mãe faleceu, de ataque cardíaco.Dizem que as pessoas antes de morrer, ficam diferentes. A conversa sobre Lolinho, sobre liberdade. Senti uma dor indizível. Será que estava pressentindo sua morte súbita? Não sei. Alçou voo como Lolinho


Existem pessoas e Pessoas, já disse alguém...Confesso que Ana Carla foi uma pessoa que é a Pessoa. Quando a conheci, em contato com uma amiga minha, através da internet( meio que devo confessar, me repugna, mas quem pode brigar com o destino?), surgiria conversas regas com Milton Nascimento e Fernando Pessoa.Este último é preciso saber dosar né Ana? Acabei ficando bem próxima. Fiquei sabendo que cursava Turismo, portanto, viria a ser turismóloga, palavra pouco usado aqui no canto das Gerais. Além de turismóloga , era baiana , contagiante e leve, ao contrário do mineiro,meditativo e comedido , mas no íntimo,afável nos dizeres do mestre Guimarães Rosa...

Achei que este contato virtual não ia durar muito, mas hoje estamos aí, há mais de dois anos e meio de conhecimento e teimosia. O modo de vida devo confessar, é muito diferente, o que não impede de termos, no entanto, uma cultura com raízes quase iguais.Complicado, eu sei,mas a gente se entende.
Fui conhecer Salvador: esta baiana me apresentou tudo, como deve ser o figurino de uma boa turismóloga, que aliás, recomendo seu trabalho: a cultura, o colorido, energia, a boa conversação detalhada ( ô,povo que falar, adoro, pois sou quieta, imagina eu conversando com outro quieto:afffffff, como dizem os soteropolitanos). Mas não é que acabei adorando a Bahia, já conhecia outrora , estive em Porto Seguro, mas nada se compara à capital, é espetacular. A alegria do povo, o ambiente, cada cantinho aspira história, o clima, enfim um harmonioso conjunto que nos faz esquecer de tudo. Quando lá estive fiquei contagiada com a alegria das pessoas, o contagioso bom dia, o sorriso estampado em suas faces, o bom jeitinho de viver. Uma outra visão significativa de mundo, que nos faze render aos encantos da Bahia.
Mas, escrevo estas singelas palavras para parabenizar você, Ana, uma pessoa especial, por mais um aniversário. Que os bons sentimentos estejam antes de qualquer letra de música, fazendo surgir os mais belos acordes, que um belo pôr-do-sol ilumine seus dias. Desejo, em minha singelidade, que sejas sempre esta pessoa, irrefutável, digna, guerreira, que representa tão bem sua cultura, em especial, a mulher baiana.
Que seu caminho seja belo sempre, e rodeado das pessoas que ama, pois merece, bem sabe eu. Que o caminho sempre esteja aberto pra você, guerreira, mulher e sobretudo, humana. Parabéns, por mais um ano, querida Ana.Obrigada por ser um presente em minha vida. CARPE DIEM.

Confesso que fiquei abismada ao ouvir um repórter policial relatar a seguinte notícia: "Trombadinha rouba supermercado". Ora, mesmo com a maioridade do estatuto da Criança e adolescente, lei nº 8.069, sancionada em 13 de Julho de 1990, ainda deparamos com comentários pré-conceituosos como este. O menino havia pegado várias guloseimas...Não é questão de passar a mão na cabeça não, é questão de direitos, afinal as políticas públicas estão ai para ajudar a resolver esta triste situação. Como alguém ainda pode se referir a uma criança, ou adolescente, como trombadinha nos dias de hoje, em meio a tantas questões sociais já existentes?




O ECA frisa que quando uma criança comete um ato infracional, o que foi o caso acima, ele tem todo direito à intervenção estatal, o que acredito, também, tentar manter sua dignidade, e não ser alcunhado de nomes revoltosos que o incitem ainda mais à prática de atos ilícitos. A Constituição desde 1988 reestrutura as políticas sociais, expandindo inclusive os direitos humanos. Existem ainda muito a ser trabalhado, mas dentro do possível, encontramos sim, bons locais que trabalham a família destas crianças. O que temos de oferecer são as chances e os meios de recuperação .
Quando trabalhava em um emprego que lidava com crianças e adolescentes, aconteceu de um belo dia eu ter de acompanhar um menino que havia cometido um pequeno furto até um órgão público de defesa.O menino já era, infelizmente, conhecido na cidade. Por volta de seus 11 anos, até esperar o responsável, estava conversando com o referido garoto, nisto ele estava brincando com as cortinas do local, estas cortinas persianas que abrem e fecham separados por compartimentos divididos em gomos. Me lembro ainda hoje, suas palavras:- Olha tia, quantos pedaços de cortina a senhora ( sim, tratava- nos com todo respeito) acha que tem aqui ? -Eu já contei, adivinha... Mirei os olhos naquele ser frágil, que por situação inconstante tinha que parecer forte da pior maneira para sobreviver e mesmo ganhar respeito no mundo em que vivia.
E ele fez com esmero a cortina acinzentada seu doce brinquedo. Conheci a face de um menino que já tinha de se defender como um homem. Detalhe, que a família do garoto se recusava a melhorar, o desfecho da história, não me convém dizer, mas aquela cena, certamente ficará em minha memória. O que existia por trás daquele menino-homem? Eis a questão. Muitos falam que isto não é desculpa, mas julgar assim é tão fácil, sem conhecer a realidade.
Ressalto que ainda falta muito para que a legislação seja cumprida integralmente, esbarramos ainda em muitas barreiras, faltas de recursos, burocracias, mas cada um fazendo sua pequena parte, com certeza será possível corrigirmos nossas crianças e adolescentes, sobretudo através do amor, e não do desprezo.

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PRIMEIRO LIVRO DE CRÔNICAS, INTITULADO “RIQUEZAS DO INTERIOR” DA ESCRITORA ELENISE EVARISTO. Este projeto visa divulgar novos nomes e publicações relacionados a Cultura da Cidade de Três Corações, através do lançamento do livro de crônicas “Riquezas do Interior”, da iniciante escritora Elenise Evaristo, contemporânea, mineira, dotada de sensibilidade e cultura e que com estes adjetivos, retrata na sua primeira publicação, embora já tenha sido apresentada ao mundo literário, através da publicação de um artigo, em livro lançado em 2008, intitulado: Quem conta um Conto de Fadas... Uma introdução aos contos de fadas dos Org. Geysa Silva e Luiz Fernando Matos Rocha. INTRODUÇÃO O Estado de Minas famoso por reunir marcas de um passado de riquezas Patrimoniais e Arquitetônicas, trazidas pelo Barroco e Rococó produzidos no século 18, e que garantiu que parte das cidades históricas adquirissem títulos de patrimônio da humanidade por parte dos órgãos responsáveis, possui ainda mais requinte quando se trata do legado da Cultura popular deixada pelos povos mais antigos. A cultura mineira tradicional fértil e diversificada, atravessa tempos e mostra para o Brasil a importância de se abrasileirar ainda mais as nossas tradições !

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Eu,por mim mesma: Virginiana, Terra, Melancólica. Tímida, Dedicada, Ciumenta, Muito Amor: Deus, família, alguém que sabe quem, amigos, Minas Gerais,e Literatura. Impulsiva, Sensível, Aspirante à escritora. Prazer: pôr-do-sol, cheiro de café coado de preferencia no coador de pano, cheiro de terra molhada, cheiro de curral, brincar com meus sobrinhos, comer bolinhos de chuva, ouvir música, assistir filmes, amo momentos simples e extasiantes Amo cozinhar. Adoro Conversar com pessoas e me encontrar nos meus momentos de solidão.

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