A crônica é um texto narrativo.A palavra crônica foi lida pela primeira vez no Journal de Débats, de Paris, em 1.799. O termo vem do latim Chronica , o relato de acontecimentos em ordem cronológica, um pequeno registro de acontecimentos. Cronos, o deus do tempo. Ela pode ser atemporal. Historicamente no século XIX, com o desenvolvimento da imprensa, passou a ser frequente o uso da crônica. O texto crônica citava, de modo crítico, fatos ocorridos durante a semana. Era nesta época, publicada no rodapé dos jornais. Começou a aparecer no Brasil na segunda metade do século XIX.

No Brasil, principalmente a partir do Pós-Modernismo, a crônica passou a ter um sentido mais leve e lírico. Passou por grandes autores como José de Alencar, Machado de Assis, com seus textos escorreitos, Rachel de Queiróz , salientando os problemas sociais do Nordeste. Chego ao mineiro Drummond, o “gauche”, com destaque também na poesia ao velho Braga, onde Affonso Romano de Sant`Anna (outro majestoso cronista e particularmente, ensaista) homenageia sua arte de escrever, que aqui transcrevo uma parte “ Ele não chegou a ter uma das mais belas prosa da língua portugues através de um trabalho suado como o de Machado. Estou convencido de que ele escrevia como falava . Ou seja, expressava só o fundamental. Nesse sentido , escrever não era exatamente esse trabalho de desbastar florestas de palavras, mas a arte de colher os gravetos essenciais para o fogo.” Adeus ao passarinho das crônicas, que com seu jeito quieto, tinha um refinado lado irônico, fazendo a alegria dos amigos. Não deixo de falar também sobre o terno menino Sabino e a crônica jornalística de Zuenir Ventura.



Ah, como é doce escrever uma crônica. As idéias surgem numa cena contemplativa, ou mesmo, num arisco pensamento. Ao pensar nesta aqui mesmo, que escrevo, estava eu na roça de uma tia, quando a idéia inicial surgiu do vago, é algo, assim, metafísico, inexplicável, e no mesmo instante, peguei um papelzinho, escrevi a palavra crônica, uma palavra,e estou terminando agora. Uma palavra vai chamando a outra, é mágico. O segredo é anotar a primeira palavra para não esquecer depois um tema que daria uma boa história. Filas de banco é um ótimo lugar pra imaginar uma crônica, fico ali, pensando e dali já arrumo um assunto. Outro lugar, que os céus me perdoem, é na missa; confesso que sou cristã, mas as vezes divago na homilia, arrumo tantos temas, que quando saio do transe, é que sei que estou na igreja e rodeada de gente. Quando estou na estrada também, a imaginação se apossa do meu eu. Lugares e momentos não faltam para acontecer a epifânia da crônica.

Ah, a crônica, além de ser um gênero dentro que tem seu espaço dentro da Literatura, é um texto curto que atrai cada vez mais adeptos, sua força neste momento vem da própria correria da vida. As pessoas apressadas , e a crônica, na maioria das vezes, curtinha, naquele jornal no começo do dia, fica fácil alegrar o dia ao sabor de curta crônica.Sem falar dos livros, com narrativas líricas sobre uma observação.Uma notícia trágica é contada diferentemente pelos cronistas. O cotidiano enfeitado com poesia.