Foi com grande emoção que vi o mar pela janela do avião, só assim tive consciência de que tinha chegado em Salvador, aquela terra tão especial.
Salvador, um cidade miscigenada, de vária línguas, de multicoloridades, um outro mundo para mim, mineira casmurra. O sorriso estampado na face baiana, algo que rompe a barreira de qualquer língua estrangeira. No Pelourinho se ouve som de todo jeito, o berimbau dos capoeiristas, a voz suave da moça oferecendo para fazer tranças no cabelo,ofício forte por ali; a inconfundível voz ingleza ao lado de um sotaque carioca, sons de uma cidade que não dorme, Salvador tem um som próprio.







Pude rever um pouco de nossa cultura apresentada pela excelente turismóloga Ana Carla Nunes, uma verdadeira soteropolitana conhecedora de sua história. Entre os pontos turísticos, que são inúmeros, retomo o Pelourinho. O conjunto arquitetônico é fantástico, me sinto dentro de uma tela com todas aquelas cores, os casarões parecem abraçar os turistas, criando uma sensação indizível, “ sem abuso de hipérboles” como digo quando estou extasiada. Ali está a Fundação Casa de Jorge Amado, que retrata a vida e obras do grande escritor baiano, observo como a simplicidade de um escritor que ama sua terra, sua gente pôde conquistar o mundo.


Um dos primeiros lugares turísticos que havia avistado foi o Forte de São Marcelo, construído em 1650 para defender Salvador da invasão dos holandeses , que recebeu do mesmo escritor Jorge Amado a denominação de “ O Umbigo da Bahia”, só conferindo pra ver sua onipotência em pleno mar.


O Mercado Modelo com suas famosas lojinhas tem de tudo, blusinhas, baianinhas, chaveirinhos, miniaturas de berimbaus, bolsas, sem esquecer das famosas fitinhas do Senhor do Bonfim de lembrança. Não posso deixar de falar das Igrejas, a maioria no estilo Barroco, perfeição feita por mãos humanas. Tive o prazer de assistir à uma missa acompanhada pelos sons mágicos do Candomblé, os cantos católicos com a alegria dos terreiros, procurando unir crenças; fiquei com a alma arrepiada, impossível não se sentir tocada. O Elevador Lacerda, que une a cidade, a vista lá de cima é cinematográfica...






São vários lugares, que dariam um verdadeiro compêndio histórico, espero voltar em breve, para conhecer mais essa cidade, que pra mim, é tão diferente pela sua pluralidade, mas ao mesmo tempo, tão igual a minha amada Minas Gerais, representado esta igualdade no sentido do amor patriota das pessoas à cultura popular.
As comidas, quentes como o povo, são deliciosas, o acarajé, confesso que ainda não consegui comer um inteiro, uma verdadeira refeição, pretendo chegar ainda a tal façanha. O saboroso abara, com fumegantes camarões, a moqueca com o tradicional azeite de dendê, difícil não ganhar uns quilinhos extras. Sem falar das frutas tropicais, o caju, que adoro o gostinho azedinho do umbu, a acerola, fruta presente também em Minas e outras tantas que produzem sucos deliciosos.

Salvador, um pedaço do Brasil, certamente um (en) canto que ocupou parte do meu coração.Um sonho.