Sempre que vai chegando o dia 2 de Novembro, dia das Almas, começo a ficar reflexiva, fico pensando muito em meus mortos,questão que me faz sentir injustiçada, pois perdi entes queridos muito cedo.Primeiro, queria ter conhecido meus avós;o único que conheci foi meu avô paterno, José Evaristo, que faleceu quando eu tinha 5 anos, dele tenho algumas poucas lembranças, quando vinha da cidade de Conceição do Rio Verde, com um impecável terno marrom, para receber dignamente seu salário de aposentado, aqui na cidade de Três Corações. Era um velhinho com cara de bonzinho, que infelizmente partiu logo, me deixando algumas ínfimas reminiscências.

Meus pais perdi-os na adolescência, fato lamentável, perdas que não convém esmiuçar, só quem já passou por isto sabe como é triste, e confesso, custei para assimilar... Por que eu? Bom, o que importa, como digo, foi o exemplo de vida que foram, e fazer o que...? São coisas da vida... Neste ínterim, perdi muitos outros entes queridos, e por mais que a morte seja um processo que aconteça a todos, não adianta explicações, cada vida querida que parte é uma dor inenarrável, um vazio inexplicável.

Cada pessoa querida que sobe o morre(digo subir o morro, porque o cemitério principal da cidade, São João Batista, fica no alto da cidade) é uma perda da sua história que se vai, que ficam eternizados na memória, nas fotografias e no recôndito do coração, pasmem!

Hoje estou acometida de uma melancolia , normal neste dia .Daqui a pouco vou subir o morro para visitar meus mortos, levarei algumas flores, como é de costume.Aos “vivos”, aproveitem a vida o mais que puderem, e principalmente , não morram em vida.

Imagem:Pintura de Salvador Dali-Google