Acabei de ler o livro intitulado: Fernando Sabino, o Reencontro, de Arnaldo Bloch. Estava ávida pelo livro faz tempo e acabei criando vergonha na cara e encomendei pelo correio, já que infelizmente Três Corações anda àrida de livrarias. O livro fala sobre a vida do “menino” Sabino.
O fato é que notavelmente e fatalmente, por falar no cronista, me lembrei dos grandes personagens das Gerais. “Evém” mineiro, como diz o escritor citado, Sabino. Começando pelo poeta Drummond, o “gauche” da poesia, tem coisa mais deliciosa que ouvir Drummond narrando um de seus poemas? É música para os ouvidos. Remeti-me ao grande cantor e compositor Milton Nascimento, que é naturalmente carioca, mas interiormente mineiro. Acho que não é a toa canta com toda emoção a linda letra Minas Gerais-
Com o coração aberto em vento
Por toda a eternidade
Com o coração doendo
 De tanta felicidade...
Sem falar de Tancredo Neves, mineiro de São João del-Rei, que participou ativamente das diretas já, e se tivesse chegado e certamente seria o ótimo presidente. Juscelino Kubitschek, de Diamantina, construiu Brasília, como diz a moda de viola: “Quero ver cabra de peito pra fazer outra Brasília”.
O grande Roberto Drummond, retomando minha suspeita admiração pelos escritores. Hilda Furacão arrancou aplausos, misturando ficção e realidade sobre a antiga Belo Horizonte, rendendo elogios ao livro, e futuramente se tornando uma linda minissérie. Ele suavizou a sociedade, de forma romanceada em “ O Cheiro de Deus” com personagens marcantes como Catula e o lobisomem, um realismo fantástico surpreendente. Ah, Minas, és tão linda, com todos seus costumes e crendices.
         O famoso clube da Esquina, anaforicamente trazendo Milton Nascimento, e a junção do compositor Fernando Brant, e outros músicos maravilhosos, como Flávio Venturini, Lô Borges e outras grandes feras desse estilo totalmente mineiro. Como herança, o grupo 14 Bis, vem sempre ao sul de Minas, encantando a todos com suas canções. Como já diz  também a canção: “esse povo do mar de Minas do interior, este povo não tem fronteiras não tem senhor..." Uma oração para os mineiros.
         Termino por aqui, já que dariam inúmeras páginas se fosse citar todos os nossos artistas, começando com Aleijadinho, desde o Barroco, Tomás Antônio Gonzaga, os grandes árcades. Ufa, chegando aos dias atuais, na arte televisiva com Lima Duarte, O grupo Corpo, no teatro... Tantos nomes, muito já foi falado, muito se tem a falar.