Encontro-me sozinha em casa. Deixo a luz da copa acesa, me sento no sofá da sala em frente à arvore de Natal. As luzes piscam...Nestes momentos de devaneio, em que me encontro só, aliàs, nestes momentos em que sou minha única companhia ,utilizo para refletir sobre a vida. Às vezes preciso da solidão, perfeito momento para escutar a alma, reclusa como só eu me encontro. Recordo e rio de uma amiga que me diz obrigada quando revelo alguma coisa a ela, dizendo que não só compartilhei o segredo comigo mesmo (à respeito de meu senso de silêncio). Entretanto não estou aqui pra falar sobre minha personalidade, mas do momento em que me encontrava metafisicamente perante a àrvore de Natal.
É dia 06 de Janeiro de 2012, estou aqui...(ou melhor, estava ali, já que agora estou escrevendo).Deixo claro que não sou misantrópica, mas curto esses momentos de solidão.É dia 06 de Janeiro, Dia de Santos Reis, os fogos anunciam a chegada dos foliões espalhados pela cidade. A Árvore de Natal ainda está armada aqui em casa, como tradição desarmamos somente após esse dia.
Do vazio, começo a me recordar de natais passados... Colegas de infância que encontro hoje por acaso, que o tempo encarregou de separar, mantendo somente as fotos por testemunha; amigas que hoje são mães, e que ainda fazem parte do meu ciclo vital, embora o contato seja menor...Amigos que estiveram e estão presentes em todos os momentos da minha vida.Familiares que se foram, que ocuparam a mesa de ceia de minha casa, deixando a eterna saudade...Volto ao Natal, à espera pelo presente, além do saudoso ato de colocar os sapatos na janela. Sim, já fiz isso, e meu pai não deixava de colocar qualquer coisa que fosse para manter viva a tradição do Papai Noel. O cheiro da carne assando, que minha mãe colocava no forno bem de manhãzinha, enquanto eu ia assistir à missa de Natal das crianças. Sinto um leve marejar nos meus olhos, as luzes da àrvore continuam piscando como a me envolver numa viagem sentimental.Para completar este estado de não sei o quê, e nem quero definir, ouço as vozes dos foliões que estão em alguma casa cantando a saudação ao menino Deus.Tradição popular e de fé que se perpetuam.
Olho para o presépio. O Menino está ali em sua choupana, colocado no dia 25 de Dezembro, enquanto os Três Reis Magos aguardam ansiosamente para adorá-lo. O pobre menino que nasceu e deve viver em nossos corações, foi assim que aprendi, embora o mundo ande muito precisando Dele. Mudando da árvore para presépio, partes do mesmo momento...Momento de contemplação que se rompe... Encontro-me na sala de casa. O pequeno cachorrinho Toquinho, bagunceiro como só, traz uma bola na boca, para brincar com ele, me convidando a voltar à realidade. Bom início de Ano a todos com as bênçãos dos Três Reis Magos e o menino Jesus!
imagem:google
5 comentários:
Oi Elenise... Boa Tarde!!.... Sensibilidade aliada à competência... Só podia dar nisso mesmo... Um Belo texto. Você tem uma escrita que parece captar os sentimentos do mundo... Fazendo com que o leitor se prenda às palavras e se emocione... Ao ler seus textos... A impressão que fica... É que o leitor está ali... Ao seu lado... participando da escrita e desses momentos mágicos.. Eu diria até.. Que Além de uma ótima cronista... Também... És uma poetisa... Pois.. Consegues imprimir sua alma às palavras que escreves.. Assim... Como os poetas!... Parabéns!.... Grande abraço.
E por falar em leitura... Eu não tenho o seu livro... Quero muito poder ter o prazer de Ler o seu..."Riquezas do Interior"... Como posso adquirí-lo??....Abraços.
Fico feliz por um escritor de tão grande porte elogiar meus textos...Seja sempre bem-vindo, Paulo.Pois é, escrevo minhas crônicas, sempre acompanhada por "um leve toque de poesia", a crônica, que não deixa de ser um poema em prosa para mim.Apareça mais vezes, para adquirir o livro, é só me ligar no telefone abaixo aqui na minha página.Um abração e bom começo de ano!
Pois é...um blog.Sendo extremamente sensível e há bastante tempo afastada destas vias cybernéticas ou internéticas como queiram caros leitores,por falta da maquininha de fazer doido que é centro de comunicação universal hodiernamente,e quanto a frieza que sinto em suas teclas e tela embora necessite deveras deste potente instrumento de comunicação,acabam me trazendo até aqui e afastando de acordo com a circunstância deste universo ainda estranho ao meu.A delicadeza de um ser humano e de determinada época anual foram os motivos mor desta humilde escriba vir ter com vocês,nisto a que chamam de blog,que não sei sinceramente a melhor definição,(mini site,site não pago),enfim...as doces e sinceras reflexições,da não menos doce Elenise,minha amiga de adolescência que como eu,ainda perde tempo,com tanta banalidade e redes sociais e tablets e e celulares touch screen e gps e namoros virtuais em pensar e sentir in locu,num lugar chamado âmago,sentido cheiros,sabores e cores,brilhos e sons,sorrisos e rostos que para ela represantam o Natal.Este seu eterno Natal.Ao mesmo tempo que para mim "Fiinha",apelido carinhoso e familiar de Elenise,não se propõe a nada mais que qualquer pessoa cristã,sensível,feliz e que ama o Menino Jesus,os Reis Magos e o Papai Noel,trazendo seu sentimento pueril e saudosista do que é ou era seus passados Natais,não concebo alguém que não o faça!Não é possível!!!Toda pessoa assim tem a mesma sensação de fascinação por tudo isso e sinto sobretudo que esse tudo de novo muito moderno,meio que apagou ou mesmo sucumbiu tais sensações de doçura e e saudade e oração e a emoção do sapatinho na janela das pessoas,crianças e adultos de modo geral hoje em dia.Ninguém sente saudade,se emociona ou toca na sua"vitrola",A Harpa e a Cristandade".Geral já pergunta para a criança o que ela quer de Natal,não pede pra ela escrever a cartinha e por no sapatinho na janela naquela hora perto da meia noite.Hoje papai Noel,tem padrinhos espalhados pelos correios e pelas rádios,o que facilita a ele seu trabalho e tira a magia do coração das crianças...também sinto falta de tantos Natais de todos eles e do tempo que parecia fazer um sentido,que não fosse décimo terceiro,e 25 de Março passando na televisão e suas vendas e comprars infernais.Do tempo em que eu não tinha que me prteocupar com o preço do bacalhau ou com a Ceia do som a me afastar da família.Sou da época que Natal era em casa só com os seus,que não aguentava esperar a meia noite para ganhar presentes trazidos pelo bom velhinho que minha mãe com seu senso pr´tico de magia me ensinou a creditar.Meu coração explodia de alegria e emoção ao vê-lo aos pé da cama na mahã do 25.Viver e reviver o Natal em toda a sua essência é mágico.Pensar o Natal talvez.Os adultos não conseguem...ou não falam mais...que tipo de ser humano viaja em sua criança interior assim.Graças a Deus,me é dado cruzar parquíssimas dessas pessoas,mas ainda assim as conheço,as tenho e as amos muito.Eu sou modesta,e privilegiada.Estou no grupo destas pessoas especias.Fico feliz sabendo Elenise,minha miga querida também o é.
Pois é CARINA, seu nome saiu errado ali( erros do computador), mas obrigada querida amiga pelo comentário e que o espírito de Natal esteja sempre presente em nossos corações.
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