AS RIQUEZAS DO INTERIOR

Riquezas do Interior, o livro de estréia da escritora mineira Elenise Evaristo, abre caminhos no cenário literário brasileiro com a telúrica brejeirice de Minas Gerais. É em horinhas de descuido, como diria o também mineiro Guimarães Rosa, que Elenise capta momentos do cotidiano das cidades do interior e, com uma linguagem leve e acessível, convida o leitor a conhecer as riquezas de suas lembranças e de sua terra. Amalgamado ao seu estilo, Elenise utiliza seu repertório de leitora que vai de Drummond a Proust, passando por Machado de Assis e Rachel de Queiroz, para dar forma a sua escrita. Nas 27 crônicas que compõem o livro, a escritora traz à tona a imagem dos contadores de “causos”, a alegria das festas tradicionais, a inata religiosidade do povo de Minas, a singularidade da cultura popular das Gerais e reverencia personalidades marcantes e importantes por sua “mineirice”, como Fernando Sabino e Juscelino Kubitschek. Sob o olhar sensível e aguçado da autora, são resgatados valores humanos que, ao contrário do que se pensa, não ficaram perdidos no tempo, mas adormecidos no íntimo de cada um. Riquezas do Interior é um convite para que esses valores sejam despertados e para que possam ser postos em prática o quanto antes. Um mergulho no interior de cada indivíduo. Uma percepção das riquezas do ser humano. É o que Elenise Evaristo desafia seu leitor a fazer. * Texto escrito por Ana Carla Nunes e Beatriz Badim de Campos

Algumas Riquezas de MInas

Barroco Mineiro-No Barroco (séculoXVIII) predomina a exaltação dos sentimentos, a forte religiosidade expressa de forma dramática. O homem seiscentista vivia atribulado, tentando se expressar pelo culto exagerado das formas. O Barroco Mineiro predominou em Vila Rica (atual Ouro Preto), se estendendo por Diamantina, Mariana, Sabará, Tiradentes, São João del Rei, Congonhas e outros vilarejos da época. Teve seu ápice com os mestres Ataíde e Aleijadinho, sendo que o último construiu Os Doze Profetas e os Passos da Paixão obra exageradamente perfeita, na minha opinião), na igreja de Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas do Campo.As Irmandades Religiosas decoraram as igrejas com luxo e requinte. Retratos do “Século do ouro’”.


foto retirada de mirandasa.com/2008/02/27/o-aleijadinho/


Juscelino Kubitschek-foi criado praticamente pela mãe, Júlia, já que seu pai faleceu quando era apenas uma criança de três anos Foi um grande apreciador de serenatas e serestas. Não cabe a mim falar de suas conquistas políticas, que foram várias. Destaco somente a construção de Brasília. A idéia de uma capital no centro do Brasil já estava prevista na Constituição republicana de 1.891, sendo adiada por todos os governos posteriores. O Congresso aprovou a lei de nº. 2.874 sancionada por J.K., determinando a mudança da capital federal.As obras, onde um dos líderes era o grande arquiteto Oscar Niemeyer, foi terminada antes do tempo previsto e gerou vários empregos.


Fernando Sabino - São tantos autores mineiros a se falar, Drummond, Guimarães Rosa, Murilo Rubião e outros, mas como é um livro de crônicas, cito o menino Fernando Sabino. O escritor era um leitor compulsivo desde criança e um exímio nadador. Escreveu
o romance “O Encontro Marcado” em 1956, uma de suas obras mais conhecidas, e “O Grande Mentecapto”, em 1979, iniciado mais de trinta anos antes. Amigo de Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos, formavam os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, carinhosamente chamados assim. Trabalhou no Consulado Brasileiro. Escreveu crônicas para diversos jornais e revistas do país, Suas crônicas são de uma pureza ímpar, tocando o coração de crianças e adultos. Não deixo de indicar sua produção “A Vitória da Infância”, fatos cotidianos que falam suavemente sobre infância, um grande bálsamo para os corações sensíveis.


Clube da Esquina-Milton Nascimento, quando foi morar em B.H. conheceu os irmãos Borges. Se encontravam na esquina da Rua Divinópolis com a Paraisópolis, surgindo belíssimas canções. Depois se juntaram a eles Fernando Brant, Flávio Venturini, Toninho Horta e outros grandes compositores e músicos. Em 1.972, foi gravado o primeiro LP Clube da Esquina, que assinalou um dos capítulos mais importantes da MPB, conquistando a atenção devido à ousadia artística e riqueza musical poética.


Pão de queijo-o “verdadeiro” pão de queijo consiste em um biscoito de polvilho, e não pode se esquecer da banha de porco. Depois de pronto é impossível comer um só. O comércio do pão de queijo abrange o Exterior. Hoje pode se misturar o que quiser à massa, como ervas, batatas e outros ingredientes. Ainda prefiro o tradicional, numa boa mesa mineira com o café “passado” na hora.




Queijo Mineiro-na segunda metade do século XVIII, os exploradores do ouro partiram para as regiões das minas no Brasil Central, e levaram a elaboração artesanal do queijo. O queijo mineiro é um queijo macio, porém de consistência firme, sua cor interna é branca e a casca fina, meio amarelada. O modo de preparo do queijo Minas artesanal foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Gosto de comê-lo derretido no pão, ou com goiabada cascão, Basta inventar seu modo.


Doce de leite - o doce de leite primeiramente foi feito a partir do leite e melado de cana com o objetivo de “experimentar” a habilidade das escravas cozinheiras e a conservação do leite. E de lá pra cá, temos o doce de leite mole, o cortadinho, todos saborosos e irresistíveis, nas prateleiras dos mercados, nas vendas e paradas de Minas. São tantas riquezas pra contar, pincelei algumas, mas suspeitamente, amo todas!

Retirado do meu livro de crônicas: Riquezas do Interior.

Cenas de um dia de Dezembro

Hoje estou meio assim, digo meio assim, quando há no meu recôndito mistura de sentimentos, que nem eu sei explicar direito. Ontem sem querer, desconfigurei uma coisa importante pra mim, no meu computador, como sou melodramática por natureza, isto me consumiu muito. Dia 8 de Dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, também meus pais neste dia fariam anos de casamento, se estivessem vivos. Minha mãe sempre falava que no dia em que se casara chovia, e que chover no casamento dava felicidade, bom, pelo menos, ela foi muito feliz com meu pai. E a chuva que cai agora me faz lembrar disso. Já estou fugindo do problema do computador, eu sei, mas acho que a melancolia tomou conta de mim. É um daqueles dias onde tudo que se quer é um colo.
Como tinha de entregar um livro na Biblioteca amanhã, resolvi ir hoje mesmo. A tênue chuva que insiste até agora em cair não me impediu de sair.com a sombrinha nas mãos, lá fui eu.Caminhar nestes instantes faz bem.





Passando pela praça Central, em frente ao coreto, deparei com uma amiga que fez o Curso de Letras comigo,ela, já casada, começa a falar de sua vida conjugal, de seu filhinho, uma verdadeira comédia, que me faz distrair.Nós duas em baixa de nossas digníssimas sobrinhas, em frente ao coreto,o pessoal passando, e nós ali, entretidas.
Sigo, entrego meu livro, que não terminei de ler, ainda tenho alguns em casa, que trouxe de Salvador, mas ir na Biblioteca pegar livro pra mim é um verdadeiro ritual.Depois passo pela Matriz Sagrada Família, entro, colocaram ali na frente do altar principal a imagem da nossa senhora, a Conceição, ela com suas mãos maternais abertas, sinto ternura em seus olhos.


Passo pelo mercado, pra levar o sagrado pão da tarde, que, junto com a manteiguinha, não tem nada melhor. A fila está enorme, pessoas reclamam. Quanto a mim, observo. Noto que uma caixa gordinha, com grandes olhos verdes, e pincelados com sombra, vai atendendo a todos da minha fila com um boa tarde radiante, e um sorriso verdadeiro. Enquanto todos reclamam na torturante fila, ela exerce seu ofício com alegria;impossível não sair dali, se sentindo melhor com seu doce atendimento.
Chego em casa, Sofia, minha sobrinha, esta com uma amiguinha, ofereço a ela um Nescau quentinho , esta um dia meio frio. Fico ali, com as duas sentadas em volta da mesa, contando suas vidas pueris, e sem querer, a menina derruba o chocolate na mesa. Chora, eu digo que não há problema, isto pode acontecer. A pobrezinha se recompõe (será que seus pais a reprimem por um ato tão normal? Fiquei pensando...).Isto pode acontecer!


Finalzinho de tarde, já quase noite, ainda estou meio ainda chateada, mas não como antes. Como cenas podem mudar o dia da gente, coisas singelas. Gosto muito do cronista Rubem Alves, que vê prazer nas pequenas coisas. E outros já dizem, a felicidade começa de fora para dentro. É um clichê, eu sei. Mas simples comportamentos e contemplação dos acontecimentos mudaram meu dia, me fazendo escrever mais uma crônica. E se escrevi, é sinal de que acendeu em mim uma flama de felicidade.

Hoje, dia 1º de Dezembro se comemora mais uma vez, o Dia Mundial da Luta contra a AIDS. A luta principal não é só contra a doença, mas principalmente contra o preconceito. O tema decorrente é sobre a luta não contra a doença, mas também em relação à discriminação contra a morte social, que acaba fazendo adoecer ainda mais o soropositivo. A AIDS, (síndrome da imunodeficiência adquirida) que há mais de 20 anos assombra a população não é ainda livre de julgamentos, mesmo com tantas pesquisas, tratamentos e campanhas contra a discriminação. A prevenção tem sido, desde o princípio, um difícil processo para os programas de controle da Aids. Anteriormente, era grande o desconhecimento sobre a doença. Desde então, esse quadro sofreu profundas alterações. Houve um grande aumento sobre o conhecimento científico acerca do vírus, suas interações com o organismo, as formas de evitar a transmissão,mas as pessoas ainda não se conscientizam, pensando que nunca poderá acontecer com elas.




A AIDS esta doença alarmante, não escolhe pessoas, não tem o porquê do preconceito. Quem diria que o sociólogo Betinho fatalmente contrairia o vírus em uma transfusão de sangue, procurando se tratar como hemofílico? Tudo bem, que na época os tratamentos de saúde eram mais precários, mas a fatalidade, mesmo em proporções ínfimas pode acontecer... Afinal a ciência não é perfeita.

O coquetel está ai para tratar a doença, embora às vezes provoque efeitos colaterais, que são superados com carinho e atenção de pessoas queridas. Os soropositivos sim, são seres humanos que podem ter uma vida normal. Cada vez mais está se prolongando o tempo de vida, ações sociais com acompanhamento médico promovem ao portador levar uma vida normal como todos. Infelizmente, com tanto preconceito teve de se criar uma lei para proteger os portadores do vírus, A Lei 11.199 de 2002 prevê pena de até quatro anos de detenção para os que as transgridem. Pena uma coisa tão óbvia, como o RESPEITO, ter de ser praticada somente com o surgimento de uma lei.

Não posso deixar de dizer que vi de perto o trabalho de uma entidade tricordiana em prol dos soropositivos, chamada SOLIDARIED`AIDS, que tristemente está prestes a fechar por falta de apoio financeiro. Tive a emoção de viver momentos com pessoas maravilhosas, alguns já se foram, outros estão na luta, com dignidade. As tardes de sábado que tive o privilégio de certa forma, contribuir voluntariamente com estas pessoas tão alegres, que dão o melhor de si, exemplos de vida, pude observar o quanto o ser humano é mesquinho, sempre reclamando de tudo; e elas ali, dançando, se reunindo, expondo seus problemas com um dócil sorriso. Impossível era não sair dali radiante. E pensar que um simples aperto de mão melhorar o dia de uma pessoa.Espero que um milagre aconteça, e a entidade, continue, mesmo que aos poucos, conseguindo levar tratamento e alegria a todos seus membros.

Buscando conscientizar sobre a importância do movimento, O Brasil se encontra em mais um ano em defesa dos direitos e luta contra paradigmas preconceituosos, data que foi criada em 1988, durante Encontro Mundial de ministros de Saúde, em Londres, com a participação de 140 países. O objetivo da data é mobilizar governos e sociedade civil, mas não fique ali nas passeatas, que não seja alvo de manifestações interesseiras, mas ao contrário, este momento deve ser lembrado todo dia, já que a compreensão e amor são remédios eficazes no tratamento da doença.

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LANÇAMENTO DO LIVRO

PRIMEIRO LIVRO DE CRÔNICAS, INTITULADO “RIQUEZAS DO INTERIOR” DA ESCRITORA ELENISE EVARISTO. Este projeto visa divulgar novos nomes e publicações relacionados a Cultura da Cidade de Três Corações, através do lançamento do livro de crônicas “Riquezas do Interior”, da iniciante escritora Elenise Evaristo, contemporânea, mineira, dotada de sensibilidade e cultura e que com estes adjetivos, retrata na sua primeira publicação, embora já tenha sido apresentada ao mundo literário, através da publicação de um artigo, em livro lançado em 2008, intitulado: Quem conta um Conto de Fadas... Uma introdução aos contos de fadas dos Org. Geysa Silva e Luiz Fernando Matos Rocha. INTRODUÇÃO O Estado de Minas famoso por reunir marcas de um passado de riquezas Patrimoniais e Arquitetônicas, trazidas pelo Barroco e Rococó produzidos no século 18, e que garantiu que parte das cidades históricas adquirissem títulos de patrimônio da humanidade por parte dos órgãos responsáveis, possui ainda mais requinte quando se trata do legado da Cultura popular deixada pelos povos mais antigos. A cultura mineira tradicional fértil e diversificada, atravessa tempos e mostra para o Brasil a importância de se abrasileirar ainda mais as nossas tradições !

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Eu,por mim mesma: Virginiana, Terra, Melancólica. Tímida, Dedicada, Ciumenta, Muito Amor: Deus, família, alguém que sabe quem, amigos, Minas Gerais,e Literatura. Impulsiva, Sensível, Aspirante à escritora. Prazer: pôr-do-sol, cheiro de café coado de preferencia no coador de pano, cheiro de terra molhada, cheiro de curral, brincar com meus sobrinhos, comer bolinhos de chuva, ouvir música, assistir filmes, amo momentos simples e extasiantes Amo cozinhar. Adoro Conversar com pessoas e me encontrar nos meus momentos de solidão.

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