Ontem minha sobrinha pediu estava vendo um filminho e pediu para que eu fizesse pipoca para ela. Sofia gosta que somente eu faça a pipoca, pois não deixo ficar os piruás. Além disso, crio uma brincadeira para com ela, digo que faço um pó mágico para temperar as saltitantes pipocas. A danadinha quer que quer saber o que uso, mas não digo. Na verdade, são estes temperos em pó, faço uma verdadeira mistureba. Apesar de toda química encontrada nestes condimentos, uma vez ou outra abuso, esbaldando na tigela da saborosa pipoca. Sempre quando posso me junta à Sofia, nos divertindo com seus filminhos e desenhos , sem deixar de lado , óbvio, nossa sagrada pipoquinha.



Tempero especial, magia da arte de viver. O escritor, psicanalista e educador Rubem Alves, usa de uma comparação tênue em relação aos alimentos com a vida em seus textos. Em relação às pipocas mesmo, ele diz que o estourar remete ao crescimento do indivíduo, fazendo parte do processo natural dos homens. Em relação aos piruás, os milhos que não cresceram, são as pessoas que não querem crescer; uma belíssima metáfora.


Tempero especial, alguns cozinheiros dizem que cozinhar e saber temperar é uma arte. Inclusive, quando não estão bem, é refletido em seus pratos, seja no ponto, seja no tempero, detalhe insignificante, mas uma tragédia homérica para os chefes de cozinha.Eu mesma, que adoro me atrever aos dotes culinários, quando estou com algum problema, vejo o esmero resultado em meus pratos mineiros.


A força do tempero da pipoca. Sofia sabe que não é algo mágico, mas entro em sua brincadeira. O tempero da vida. Cada um tem o seu, sabendo a hora certa de usar, tornando os momentos dignos de significado.